Antônio Gramsci, pensador italiano (1891-1937), escreveu milhares de páginas no tempo do estudo e no registro de seu pensar e atuar nos espaços da política, mesmo na prisão. A indiferença o incomodava muito: “Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes”.
Considerado pensador original e criador de teoria própria, na época da Revolução Russa e de formação do Estado fascista na Itália, escreveu que “quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário, indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”.
Todos os homens são intelectuais, mesmo os que não desempenham tal função na sociedade, portanto são capazes de produzir conhecimentos.
A escola torna possível a elevação cultural das massas, como emancipação humana. O Estado preconizado por Gramsci não é o mantenedor do aparato jurídico edificado sobre bases de doutrinas liberais e democracia formal. Ele defende o Estado que dê “personalidade ao amorfo elemento de massa”, e que desenvolva e promova o intelecto e a moral dos trabalhadores.
Alguém dirá que aquilo que cada individuo pode mudar é muito pouco em relação as suas forças. Isso é verdade até certo ponto, uma vez que o indivíduo pode associar-se a todos aqueles que querem a mesma mudança, e se essa mudança for reacional o individuo pode multiplicar-se por um número incalculável de vezes e obter uma mudança ainda mais radical daquela que possa parecer possível à primeira vista. Sociedade das quais o indivíduo pode participar são muitos numerosos. Estamos vivos! Podemos ser diferentes?
Cadernos do cárcere, Antônio Gramsci
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