Coluna do Herzog
O jornal Zero Hora de Porto Alegre (RS) faz uma reportagem que converge para a plataforma virtual, em que mostra como o Rio Grande do Sul se tornou o estado mais endividado e praticamente ingovernável do país, não obstante ser um dos mais ricos.
O material merece ser visto com atenção. Remete-nos à situação do Estado do RN, que num comparativo com o RS, está num quadro menos aterrador.
Ele mostra tecnicamente como a situação dos estados federados é calamitosa, de forma quase uníssona, por uma combinação de fatores que se arrastam por cerca de 40 anos.
A origem do rombo remonta a pelo menos 40 anos. Não há um único culpado. É resultado de uma combinação crônica e perniciosa de gastos excessivos, descontrole e apostas erradas, cujos efeitos foram potencializados por crises econômicas nacionais e internacionais.
— Durante décadas, governo após governo, a estratégia foi gerar déficits (despesas maiores do que a receita). Era relativamente fácil fazer empréstimos e não havia maior preocupação em relação a isso, porque nas horas de extremo aperto era possível contar com o socorro da União. Isso só começou a mudar em 1994, com a estabilização econômica, e em 2000, com a Lei de Responsabilidade Fiscal (que impõe limite de gastos a Estados e municípios) — afirma o economista Liderau dos Santos Marques Junior, da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
— Somos como aquele parente que todo mês, há anos, gasta mais do que recebe, faz novas dívidas e não consegue mais sair do buraco. Estamos pagando pela existência do Estado no passado — sintetiza o economista João Batista Soligo Soares, do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS).
Segundo Zero Hora, “em nenhum outro Estado o nível de endividamento é tão alto. Segundo dados da Secretaria da Fazenda, a conta ultrapassa R$ 47,1 bilhões. E nesse valor não estão incluídos os precatórios (R$ 4 bilhões) nem o déficit anual da previdência (R$ 6,7 bilhões). É como se cada gaúcho já nascesse devendo R$ 4,4 mil e operando no cheque especial.”
Veja reportagem completa AQUI. Ela ajuda a entender, também, um pouco de ocorre com o RN, que não está entre os piores, que se diga. A dívida é menor do que a receita.
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