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sexta-feira, 6 de julho de 2012


ENSINAMENTOS POLÍTICOS

                Pode-se aprender que existe um valor último na política, que é esta ideia da cidade que mantem sua liberdade. Se é verdade que os meios são justificados, é somente para alcançar este fim, de uma cidade que há liberdade. Estamos falando em salvação da pátria, não no sentido em que muitas oligarquias justificam sua permanência. Não suficiente dizer: “estou salvando a pátria” para que de fato isso aconteça, a pessoa que esta verdadeiramente preocupada com a cidade é aquela que se preocupa com a liberdade dos cidadãos. Tirar a liberdade em nome da liberdade é obviamente um paradoxo.
                Maquiavel dizia: “Nem todas as cidades vão conseguir alcançar esse fim, porque depende de uma série de circunstancias que tem a ver com razões históricas e com o caráter dos indivíduos e de novo com a sorte, porque a sorte é uma força cega que pode mudar o curso da história”
                Para Maquiavel o curso da história é mudado por indivíduos. Nesse sentido ele é um pensador moderno. Ele não vê na história forças suprapessoais, mas indivíduos. A sorte, que domina por vezes a vida individual, acaba também, por vezes, interferindo na história. Portanto em Maquiavel a história é vista como uma sucessão de grandes acontecimentos causados por indivíduos ou pela sorte.
                Se o politico está perseguindo simplesmente o poder pessoal, isso não é um bom fim. Por isso não é verdade que todos os meios são justificados. Se o fim for a salvação da cidade, a criação de sociedade forte, ai, de fato, ele pode agir contra aquela que seria a moral pessoal, de perder sua alma em prol do coletivo. O próprio Maquiavel escreveu numa carta “amo minha pátria mais do que a minha alma”.

Editado da Revista Mundo Jovem/ junho/2012

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