ENSINAMENTOS
POLÍTICOS
Pode-se
aprender que existe um valor último na política, que é esta ideia da cidade que
mantem sua liberdade. Se é verdade que os meios são justificados, é somente
para alcançar este fim, de uma cidade que há liberdade. Estamos falando em
salvação da pátria, não no sentido em que muitas oligarquias justificam sua
permanência. Não suficiente dizer: “estou salvando a pátria” para que de fato
isso aconteça, a pessoa que esta verdadeiramente preocupada com a cidade é
aquela que se preocupa com a liberdade dos cidadãos. Tirar a liberdade em nome
da liberdade é obviamente um paradoxo.
Maquiavel
dizia: “Nem todas as cidades vão conseguir alcançar esse fim, porque depende de
uma série de circunstancias que tem a ver com razões históricas e com o caráter
dos indivíduos e de novo com a sorte, porque a sorte é uma força cega que pode
mudar o curso da história”
Para
Maquiavel o curso da história é mudado por indivíduos. Nesse sentido ele é um
pensador moderno. Ele não vê na história forças suprapessoais, mas indivíduos.
A sorte, que domina por vezes a vida individual, acaba também, por vezes,
interferindo na história. Portanto em Maquiavel a história é vista como uma
sucessão de grandes acontecimentos causados por indivíduos ou pela sorte.
Se
o politico está perseguindo simplesmente o poder pessoal, isso não é um bom
fim. Por isso não é verdade que todos os meios são justificados. Se o fim for a
salvação da cidade, a criação de sociedade forte, ai, de fato, ele pode agir
contra aquela que seria a moral pessoal, de perder sua alma em prol do
coletivo. O próprio Maquiavel escreveu numa carta “amo minha pátria mais do que
a minha alma”.
Editado da Revista Mundo Jovem/ junho/2012
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